Dúvidas Frequentes

Confira algumas das dúvidas mais frequentes:

Fui diagnosticado com câncer. E agora?

Hoje nós vamos falar sobre um tema específico e de fundamental importância para a orientação do paciente: “Recebi o diagnóstico de câncer e agora, o que devo fazer?” A primeira coisa a fazer ao sair de consulta com um médico generalista que diagnosticou o câncer é procurar um médico especialista, um cirurgião oncológico ou um oncologista de sua confiança, para que possa receber um diagnóstico correto e adquirir informações precisas sobre a sua doença. O médico deve fazer o estadiamento da doença, solicitando exames específicos para o tumor em questão e, com isso, definir o melhor plano terapêutico para aquele tipo de tumor e um resultado melhor na condução do caso e no tratamento. Isso é primordial!

Procurar uma equipe com multiprofissionais capacitados para atender essa doença tão grave. O câncer é uma patologia que requer a interação de vários profissionais, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais que interagem no sentido de que a doença seja tratada de forma universal. Procurar um centro especializado que contenha tudo em um só lugar, pois é muito ruim para o paciente se deslocar de um lugar a outro o tempo todo. Devemos encurtar as distâncias para focarmos melhor na doença e com isso ganhar tempo. Quanto antes recebermos o diagnóstico e o tratamento maiores as chances de cura.

Laparoscopia ou cirurgia aberta?

Durante anos, a cirurgia convencional foi a única opção para tratar diversos problemas de saúde. O desenvolvimento de novas tecnologias possibilitou uma nova modalidade de cirurgia, a menos invasiva, que chamamos de laparoscopia. O que difere uma da outra?

A cirurgia tradicional utiliza instrumentos médicos específicos e tem diversas técnicas cirúrgicas bem definidas. Pode ter um propósito estético, exploratório (quando utilizada para melhor compreender a causa de um problema ou doença, por exemplo no abdômen) ou terapêutico (se for usada para tratar determinada doença).

Já a laparoscopia é uma técnica cirúrgica mais moderna, menos invasiva, que com pequenas incisões (com cerca de 5 mm) realiza uma grande variedade de procedimentos cirúrgicos. A técnica conta com um laparoscópico, que é uma câmara de alta resolução ligada a um cabo de fibra ótica, que permite ao cirurgião, visualizar numa tela, os órgãos, e assim tratar a área afetada de uma forma pouco invasiva, sem a necessidade de fazer grandes incisões.

A decisão sobre qual melhor técnica para tratar a doença será sempre a do médico, por isso a experiência do médico conta muito na eficiência do tratamento do paciente.

Laparoscopia e robótica no tratamento de câncer

No tratamento do Câncer, as cirurgias podem ser realizadas por três diferentes técnicas. A aberta, que é a operação convencional, há a cirurgia laparoscópica (realizada por vídeo em três pequenas incisões) e a cirurgia robótica, onde nós médicos não chegamos a tocar no paciente, tudo é feito por um robô.

Assim que a cirurgia laparoscópica no aparelho digestivo começou a ser realizada, os primeiros trabalhos já apontavam como benefícios ao paciente: menos complicações como hérnias incisionais, redução na perda de sangue e infecções; melhor recuperação e qualidade de vida.

Com o passar dos anos o tempo que levamos para fazer a cirurgia por vídeo reduziu, aumentando alguns benefícios e reduzindo os riscos de complicações pulmonares, cardiovasculares e cirúrgicas.

Hoje a evolução cirúrgica conta com a cirurgia robótica e os estudos já realizados apontam taxas de complicações ainda menores – se comparada à cirurgia por vídeo, com menor perda de sangue, menor tempo de internação e recuperação mais rápida.

Porém, para as duas técnicas é necessário que o paciente esteja atento à qualificação de seu cirurgião, pois apenas um cirurgião experiente definirá com mais segurança qual a cirurgia mais indicada para cada paciente.

Câncer de esôfago

Silencioso, o Câncer de Esôfago está entre os 10 tipos de câncer mais frequentes no mundo e a incidência em homens chega a ser duas vezes maior que em mulheres.

Infelizmente, o diagnóstico em pessoas assintomáticas é raro, por isso a maioria dos cânceres de esôfago são descobertos em estágio avançado, quando a pessoa apresenta alguns sintomas característicos da doença, como dificuldade de deglutição, refluxo, dor epigástrica (parte alta do abdômen) e perda de peso. Entre esses, o sintoma mais comum é a dificuldade de engolir alimentos, a sensação de que a comida está presa na garganta, denominada disfagia. Quando a deglutição se torna difícil, muitas pessoas costumam, sem perceber, mudar hábitos alimentares, passando a comer pequenas porções e a mastigar os alimentos mais lentamente e buscam auxílio médico apenas quando este sintoma se agrava.

Diagnosticamos a doença através de endoscopia digestiva, um exame que investiga o interior do tubo digestivo e que permite a realização de biópsias para confirmação do diagnóstico.
Quando o tumor é diagnosticado precocemente, as chances de cura aumentam muito!

Hábitos saudáveis na prevenção do câncer

Você sabia que um em cada três casos de câncer no Brasil pode ser prevenido com hábitos saudáveis?

O câncer tem como causa uma variedade de fatores, que nós chamamos fatores de risco, porém a maioria se relaciona com o ambiente externo ou com nossos hábitos alimentares, e está comprovado cientificamente que se alimentar melhor, com mais alimentos naturais e menos industrializados e praticar exercícios físicos frequentemente, são maneiras de se prevenir alguns tipos de câncer.

Esôfago de Barrett

O Esôfago de Barrett é uma doença crônica originária de refluxo gastroesofágico. A presença de refluxo durante um longo período de tempo provoca inflamação do esôfago ou esofagite, quando isso ocorre, nosso organismo faz a substituição do tecido por células mais resistentes que as normais do esôfago, mudando o revestimento esofágico, o tornando similar ao tecido que reveste o intestino, ocasionando o Esôfago de Barrett.

Pessoas que têm essa condição tem maior probabilidade de desenvolver um adenocarcinoma no esôfago, porém se diagnosticado e tratado logo no início, esse risco diminui consideravelmente.
A melhor forma de prevenir é ter alimentação balanceada! Azia, regurgitação, arroto, dificuldade de deglutição, disfagia e hemorragia digestiva são alguns dos sintomas!

Portanto, vamos nos cuidar mais, alimentar melhor e prestar atenção aos mínimos sinais que nosso corpo emite!

Bebida alcoólica e cigarro: do vício ao câncer

Uma combinação letal!

Está comprovado que a ingestão de bebidas alcoólicas com tabaco potencializa a possibilidade do surgimento de um grande grupo de doenças, entre elas o câncer de esôfago e estômago! Até mesmo o baixo consumo é desaconselhável, pois além de depressoras, essas drogas trazem muitos malefícios à todo o corpo.

A Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas informou que durante a quarentena houve um aumento de 40% nas vendas de bebidas alcoólicas. Um impacto que será desastroso, a médio prazo, para a saúde da população.

Portanto, seja por estresse, ansiedade ou mera distração, indico substituir esses hábitos por hábitos saudáveis, como por exemplo, a prática de atividade física ou outra forma de lazer.

É normal ter pólipos no estômago?

Relativamente raro, um pólipo no estômago é composto por uma massa de células e cresce no revestimento do estômago. Existem três tipos principais de pólipos no estômago.

A grande maioria dos pólipos gástricos são benignos. No entanto, existe uma pequena porcentagem dos pólipos que podem ter potencial para malignidade. Geralmente são múltiplos e pequenos, porém, pólipos de grandes dimensões também podem surgir.

A endoscopia digestiva alta é o melhor exame no diagnóstico dos pólipos do estômago. Normalmente, é um achado acidental durante o exame, pois na grande maioria das vezes os pacientes não apresentam sintomas. Porém o diagnóstico correto e o tratamento devem ser realizados por médico especialista!

Capaz de causar alterações pré-malignas na mucosa do estômago, a bactéria H. Pyroli pode sim aumentar o risco de câncer no estômago, mas essa chance é de apenas 1%. Estima-se que 40 % da população tenha a bactéria, mas a maioria convive com ela de forma assintomática e por isso ela é uma das causas mais comuns de outras doenças gastroduodenais e é responsável por uma grande porcentagem de úlceras gástricas, gastroenterite, gastrite e refluxo gástrico.

Pessoas infectadas com a bactéria têm sintomas característicos de gastrite, como indigestão ou desconforto na parte do abdômen. O diagnóstico pode ser feito através de exames laboratoriais ou endoscopia digestiva alta!

Hérnia de hiato

A hérnia de hiato pode ser percebida por sintomas como a dificuldade para engolir e dores no peito, às vezes é até confundida, de forma errada, com infarto.

Quando pequena e assintomática, não há a necessidade de erradicá-la, já quando ela cresce muito, há o risco de comprimir outros órgãos e a qualidade de vida do paciente, chegando, em casos crônicos, a disputar espaço com o coração e alterar o ritmo cardíaco, ou ainda prejudicar a irrigação do estômago, situações em que a cirurgia é o melhor tratamento.

O esôfago de Barrett é uma consequência do refluxo constante na hérnia de hiato e com chance de malignização na dependência da duração do refluxo. Mesmo quando tratada, a vigilância através de endoscopia deve ser constante.